O gato doméstico é considerado por muitos um ser anti-social, capaz de se apegar somente ao território.
Mas a grande maioria das pessoas que tem gato não concorda com essa idéia e defende a sociabilidade dos felinos com unhas e dentes.
Quem está certo? Rossi fala da sociabilidade felina e de como influenciá-la
Como filhote de felino selvagem
Da mesma maneira que pode ser útil estudar o lobo para entendermos o cão, o felino selvagem pode nos ajudar a compreender melhor o gato doméstico.
Diferentemente da maioria dos animais domésticos, o gato sofreu poucas alterações morfológicas e, provavelmente, poucas alterações comportamentais durante a sua domesticação. Estudos genéticos comprovam que o gato doméstico manteve grande parte das características selvagens de seus ancestrais.
Acredita-se que o gato doméstico adulto seja mais sociável que o felino selvagem adulto por manter comportamentos de filhote de felino selvagem, como ronronar e movimentar as patas como se estivesse mamando.
Sociabilidade sem contato humano
Se o gato doméstico fosse um animal estritamente anti-social, seria de se esperar que, sem a influência humana, fosse completamente solitário. Mas não é o que se observa.
Grande parte dos gatos, principalmente as fêmeas, reúne-se em grupos. Nessa situação, os cuidados na criação dos filhotes são compartilhados e, com isso, aumenta a chance de eles sobreviverem, conforme comprovam estudos científicos. Outro vínculo é o estabelecido por alguns gatos que formam duplas. Eles caçam em áreas próximas, brincam e dormem juntos. Esse vínculo, que acontece sem interferência humana, pode ocorrer entre machos, fêmeas e entre um macho e uma fêmea.
Quando uma dupla é separada, alguns gatos param de se alimentar ou procuram o parceiro por vários dias.
A relação entre gato e ser humano
O gato se mostra mais independente do que o cão em relação aos humanos. Não é comum ver um gato seguindo uma pessoa como faz o cão, por exemplo. Alguns cientistas defendem a idéia de que os gatos se relacionam com o ser humano como se ele fosse outro gato. Nessa relação não existiria a subordinação comum ao relacionamento do cão com o homem. O gato trataria o ser humano como um igual. É interessante observar que não é possível estabelecer uma regra geral para a relação do gato com o homem, já que existem numerosos fatores que podem influenciar essa relação, tornando-a mais próxima ou mais distante.
Período crítico
O que ocorre entre a segunda e a sétima semana de vida do gato - período de sociabilização primária - influi profundamente no comportamento dele por toda a vida. É nessa fase que o gato deve ser socializado, aprendendo a conviver com o ser humano e com os animais com que terá contato a vida toda.
Gatos podem desenvolver um bom convívio até com ratos!
kkk ...isso me lembrou a história do Júnior e do hamster do post do : No meio do incêndio...
Após o período de sociabilização primária, o gato apresentará uma grande dificuldade para interagir socialmente com qualquer outro animal a cuja convivência não tenha sido exposto.
Sociabilização com estranhos
Se quisermos que o gato seja sociável com estranhos devemos habituá-lo a diversas pessoas e não somente a seus proprietários.
Estudos científicos demonstram que gatos que no período de socialização conviveram com apenas uma pessoa tendem a ser tolerantes com aquela pessoa específica, enquanto que gatos expostos nessa fase à convivência com quatro ou mais pessoas tendem a aceitar e interagir com qualquer estranho. Também influencia o comportamento dos filhotes a maneira como a mãe reage na presença de estranhos. Se ela foi bem sociabilizada, sua influência tende a ser positiva. Tempo de interação
O comportamento do gato é influenciado bastante pelo tempo que foi manuseado durante a fase da sociabilização. Se ele recebeu apenas 15 minutos de manuseio por dia naquele período, provavelmente não procurará contato prolongado com os seres humanos. Já o contato tende a ser maior e o gato dorme mais facilmente no colo das pessoas se foi manuseado por mais de uma hora diária. Por isso que meus gatos não gostam tanto de colo... não fico muito com eles :(
Efeito da personalidade
Cada gato é um indivíduo e pode reagir e se comportar de maneira diferente, mesmo tendo tratamento idêntico. Gatos mais tímidos precisam ser mais bem sociabilizados do que os mais extrovertidos. Grande parte da personalidade do gato é influenciada geneticamente. Portanto, o comportamento futuro dos filhotes também decorre do temperamento dos pais.
Alexandre Rossi Revista Cães & Cia, n. 311
tudo o que eu leio/escuto sobre gatos não combina com o que eu vejo aqui em casa com os meus filhos, tanto os eternos quanto os temporários...
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